
PROGRAMAÇÃO
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dia 04 de julho de 2019, quinta-feira, sala 218C, bloco C, Letras UFF, Gragoatá, Niterói
09h30 - abertura PPG Estudos de Literatura UFF e PPG em Letras UFG
10h - palestra-aula de Maria Lucia de Barros Camargo (UFSC/CNPq)
12h – almoço
14h30 - mesa-redonda A
Mediação: Celia Pedrosa, UFF/CNPq
Solange Fiuza, UFG/CNPq
O cavalo de todas as cores, uma revista organizada por João Cabral e Alberto de Serpa
No início de 1950, João Cabral de Melo Neto e Alberto Serpa publicaram a revista de poesia O cavalo de todas as cores, que teve apenas um único número. Essa revista, cujo valor parecia residir, sobretudo, em ter sido ela um empreendimento editorial envolvendo um dos maiores poetas brasileiros, recebeu pouca atenção por parte da crítica. Proponho, por meio da correspondência entre Cabral e Serpa, acompanhar o processo de organização dessa revista, os critérios de seleção dos editores, os quais dizem também sobre os valores poéticos e políticos dos autores e talvez redimensionem o interesse pelo Cavalo.
Valéria Lamego, Pacc-UFRJ
Vicente do Rego Monteiro: da revista Renovação à La Presse à Bras
O pintor modernista pernambucano, Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), foi também poeta tendo publicado mais de uma dezena de livros, a maioria editada em Paris, onde se estabeleceu por diversos períodos entre as décadas de 1920 e 1950. Nessa apresentação traremos, entretanto, sua experiência como poeta-tipógrafo e editor de duas publicações periódicas de poesia: a pernambucana Renovação (década de 1940) e a parisiense La Presse à Bras (1950).
Masé Lemos, UNIRIO
Modos de usar: revista como arquivo procedimental
Qual a função de uma revista? Quais relações são mobilizadas pela intervenção promovida pela revista no campo literário? Qual cânone, qual poesia? Pretendemos pensar sobre essas questões a partir da revista brasileira Modos de usar & co. Lançada em 2007, teve como editores os poetas Angélica Freitas, Fabiano Calixto, Marília Garcia e Ricardo Domeneck, a revista se notabilizou principalmente pelas traduções que promoveu e pela linha editorial muito consciente. Nos interessa ainda, articular um possível diálogo da Modos de usar com a Revue de Littérature Généralle publicada nos anos 1990 e editada pelos poetas franceses Pierre Alferi e Olivier Cadiot.
16h00 - mesa-redonda B
Mediação: Masé Lemos, UNIRIO
Italo Moriconi (UERJ)
Revistas literárias e história da literatura
Uma comparação histórica entre o papel das revistas e suplementos na cena literária em três momentos: antes dos anos 70, nos anos 70-80, dos 90 em diante. Mutações arqueológicas nos circuitos literários
Fernanda Medeiros (UERJ)
Almanaque Biotônico Vitalidade e as artimanhas da Nuvem Cigana
Foram apenas dois Almanaques: em 1976 e 1977. Revistas de arte e poesia, carimbando, junto com as Artimanhas, a identidade da Nuvem Cigana. Coleção de trabalhos variados, textuais e gráficos, são o documento do ambiente híbrido e grupal em que se concebia e encenava a poesia. São também manifestos, declaração de intenções. Enfatizavam a produção coletiva e a tentativa de traduzir em linguagem estética uma visão de mundo ao mesmo tempo crítica e lúdica.
Lucas Matos (CAp-UERJ)
Uma revista é algo que se vive: notas a partir do percurso da Bliss”
Em 2009, pela editora 7letras, foi publicada a revista de poesia Bliss, em que constava a autodeclaração de que se tratava de um periódico de número único, portanto, não exatamente um periódico. A partir de então, entretanto, se não se produziu um segundo número que seguisse ao primeiro, o grupo de poetas-editores vem realizando experiências e experimentos que intervêm e perspectivizam o cenário do fazer poético. Pretendo, a partir desse percurso, explorar algumas questões envolvidas nas condições, meios e destinos do ato de fazer e editar poesia em nosso contexto hoje.
dia 05 de julho de 2019, sexta-feira
10h - palestra-aula de Susana Scramin (UFSC)
Teoria, arte e universidade. As revistas Noigandres e Invenção
O objetivo do trabalho é analisar o modo como a teoria literária interferiu na conformação do perfil de cada uma dessas revistas e como a divulgação e assimilação destas, por sua vez, promoveram ou não uma alteração nos programas de ensino dos cursos de Letras no Brasil da década de 1960.
12h - almoço
14h30 – mesa-redonda C
Mediação: Susana Scrami, UFSC/CNPq
Claudio Daniel, poeta, doutor em literatura portuguesa pela USP e editor da revista Zunái
Luis Turiba, poeta, compositor-letrista, articulista e editor da revista BRIC-A-BRAC
16h - mesas de comunicações
Mesa A - sala 501 C
Mediação: Rafael Santana, UFRJ
Paloma Roriz, doutoranda UFF / CNPq
Poetas portugueses em revistas brasileiras:
Manuel António Pina, um exemplo
Acionando um campo importante de produção crítica e poética na história da poesia brasileira, as revistas literárias desempenharam ao longo do século XX um papel crucial na elaboração de identidades e na fomentação da discussão e problematização de novas práticas estéticas. A partir da década de 1990, com o surgimento crescente de circuitos editorais independentes, alguns projetos editoriais menores – as chamadas “revistas de poetas”, na expressão de Maria Lucia de Barros Camargo –, abrirão pouco a pouco espaços alternativos de circulação anacrônica e expropriativa de tempos e geografias múltiplas, lançando novas possibilidades de operações discursivas sobre o pensamento e práticas do poético, já na esteira de certa ênfase crítica dada à noção de diversidade e pluralismo no contemporâneo. Como exemplo, podemos pensar na abertura que alguns desses projetos promoveram para nomes da poesia portuguesa com rara ou quase nenhuma circulação no campo editorial brasileiro, assim como para nomes de críticos, pesquisadores e ensaístas portugueses, num franco movimento de articulação e investimento em novos modos de contato e diálogo entre a produção dos dois países. Com base nesse contexto, o presente trabalho propõe discutir o aparecimento da poesia do escritor português Manuel António Pina no Brasil, através de sua publicação nessas revistas – mais especificamente, em duas delas, a Inimigo Rumor e a Cacto –, a partir do ano de 2003, procurando apontar alguns dos seus efeitos e desdobramentos.
Julio Cesar Rodrigues Cattapan, doutorando UFF
A sardinha contra o petroleiro: o embate entre cinismos na revista Cão Celeste
Peter Sloterdijk, em seu célebre livro Crítica da razão cínica, estabelece uma distinção entre o cinismo grego antigo (Kynismus) e o cinismo moderno (Zynismus). Grosso modo, o primeiro era marcado por uma atitude de confrontação com as normas e padrões de comportamento e pensamento da civilização grega, rejeitando valores que lhe eram caros, como o poder, a riqueza e a fama. Para os cínicos gregos, esses valores afastariam o homem de um ideal de vida simples, desapegada dos valores artificiais impostos pela civilização, que criariam falsas necessidades capazes de comprometer o bem-estar do homem. Era um cinismo, portanto, associado a uma atitude de confrontação, resistência e rebeldia, de recusa da adequação social e da reverência, numa valorização da independência e autonomia do homem. O cinismo moderno, contudo, operaria uma inversão do cinismo antigo, constituindo não mais uma atitude de confrontação com a ordem vigente, mas de adequação oportunista a ela. Haveria nesse novo cinismo uma crença implícita de que não seria possível ao homem alterar a ordem social, restando-lhe, portanto, tentar tirar dela o maior proveito pessoal possível, libertando-se de quaisquer valores ou princípios éticos e morais que constituam impedimento a isso. É a lógica adotada pelos detentores do poder político-econômico, que justifica sua dominação sobre a maioria, lógica que Sloterdijk chama de “cinismo senhorial”. Segundo ele, a sociedade moderna seria caracterizada por um embate entre o cinismo moderno em ascensão e a remanescência de um cinismo antigo em declínio. Nesta comunicação, analiso como a revista Cão Celeste resgata e atualiza os valores de rebeldia e irreverência do cinismo grego antigo e confronta o cinismo moderno da sociedade capitalista contemporânea, num embate entre cinismos que caracteriza a dinâmica social do mundo hodierno. Ainda que esse embate da revista contra a sociedade seja, nas palavras do poeta português José Miguel Silva, a guerra de uma sardinha zangada contra um petroleiro de aço.
Camila de Toledo Piza Costa Machado, UFRJ
A argumentação poética da revista Msaho
A revista Msaho é considerada uma das grandes críticas do pensamento literário no atual território moçambicano. Mesmo tendo sido lançada uma única edição em 1952, Virgílio de Lemos – um de seus fundadores – escreveu alguns editoriais que nunca vieram a público até 2009. Foi na antologia Jogos de prazer, organizada pela professora Ana Mafalda Leite, que podemos encontrar algumas das concepções político-literárias que se propunham no pensamento Msaho. Dessa forma, o estudo pretende analisar alguns dos editorias escritos ora pelo próprio escritor, ora por seu heterônimo Bruno dos Reis, de modo a elucidar algumas de suas influências e projetos.
MESA B - 505 c
Mediação Solange Fiuza, UFG
Carla Oliveira, PIBIC UERJ
Poesia contemporânea – um objeto não identificável? – e a revista Modo de Usar & Co.
O presente trabalho é parte de um projeto em desenvolvimento que, a partir das recentes discussões sobre a crítica da poesia contemporânea no Brasil, busca fazer algumas reflexões acerca da proposta da revista Modo de Usar & Co., publicação editada pelos poetas Ricardo Domeneck, Angélica Freitas, Marília Garcia e Fabiano Calixto, que teve quatro números em formato brochura, entre 2007 e 2013, além de manter algumas plataformas online: no Blogspot, entre 2007 e 2017, não mais alimentado, porém disponível para consulta, e canais em redes sociais, como o ainda ativo Instagram. O objetivo é debruçar-me sobre o posicionamento da revista na cena contemporânea, bem como as novas práticas poéticas, que se dão em meio a um campo expandido e a um multilinguismo (MORICONI, 2016), e os possíveis desafios impostos aos que almejam pensar a poesia hoje.
Beatriz Machado, PIBIC UFF /CNPq
Os deslocamentos na revista Telhados de Vidro
A presente comunicação tem como objetivo discorrer sobre os deslocamentos da posição leitor (e, assim, do ato de leitura) promovidos pela revista Telhados de Vidro (revista portuguesa organizada por Manuel de Freitas e Inês Dias), tendo como base a sua materialidade, isto é, o modo como as rubricas e os textos estão organizados em seu interior. Para tanto, visamos refletir sobre algumas questões, tais como: a quase ausência de editorias, o formato do sumário e a mistura de gêneros textuais (poemas se misturam, por vezes, sem que haja uma divisão, com textos em prosa). Ademais, pretendemos meditar, também, sobre o deslocamento do lugar do poeta e da poesia, uma vez que a maioria dos poemas presentes na revista apresenta como contexto poético cenas e situações, aparentemente, banais, que colocam, assim, a figura do poeta e, consequentemente, da poesia numa situação marginal, de desprestígio social (num forte diálogo com os ditos “puetas” da antologia Poetas sem qualidades de Manuel de Freitas). Destaco, ainda, que todo o estudo tem como principal referencial o trabalho feito por Clara Rocha acerca das revistas literárias da primeira metade do século XX, presente em Revistas Literárias do Século XX em Portugal.
17h30 - mesa-redonda C
Mediação: Solange Fiuza, UFG / CNPq
Rafael Santana, UFRJ
Mário de Sá-Carneiro ou da palavra como Manual de Prestidigitação
Trata-se de estabelecer uma reflexão acerca do impacto de periódicos modernistas de importância – tais como Orpheu e Portugal Futurista – sobre as gerações de poetas ulteriores, nomeadamente a de José Régio, no que tange à revista presença, e a de Mário Cesariny, no que concerne ao movimento surrealista, para o qual Mário de Sá-Carneiro, o poeta do intermédio, seria uma espécie de precursor.
Ida Alves, UFF/CNPq
Revistas portuguesas de poesia, antes e depois dos anos 90
Visão comparativa e interrogações a respeito de qual poesia se fala hoje em Portugal, como e para qual leitor. A importância dessas revistas de poesia, formulação de poéticas, recepção e divulgação.